A Geração Z quer tudo rápido. Mas sem mentoria, vai ser mais difícil — e mais lento.
A Geração Z já deixou de ser “novata no mercado” e passou a ocupar cargos reais, e inclusive de liderança. Mas junto com a presença crescente dessa geração nas empresas, também surgiram milhares de críticas: “não querem trabalhar”, “não aguentam pressão”, “só pensam em propósito”.
Mas será que essas críticas fazem sentido? Ou estamos apenas repetindo o ciclo geracional de resistência ao novo?
A verdade é que a Geração Z trouxe sim novos olhares para o trabalho, mas isso não é motivo para desconfiança — é um sinal de transformação. E, como toda geração anterior, eles também vão precisar errar, aprender, ouvir… e contar com mentoria se quiserem crescer de forma sólida e acelerada.
Não é só sobre juventude. É sobre um mundo que mudou
Dizer que a Gen Z só pensa em “vida fácil” é uma leitura rasa. Desde os anos 2000, o mercado começou a questionar o trabalho pelo trabalho. Livros, pesquisas e a cultura corporativa passaram a valorizar bem-estar, propósito e equilíbrio. Isso não começou com a Gen Z — mas ela é a geração que verbaliza isso de forma mais intensa.
Aliás, a busca por equilíbrio não é exclusividade deles. Um estudo da Forbes (2024) revelou que “o modelo híbrido já é adotado por 45% dos Baby Boomers e 52% da Geração X”, muito por influência das práticas normalizadas pela Gen Z.
A CEO da WeWork Brasil, Bruna Neves, resumiu bem:
“A verdade é que todos estavam insatisfeitos, mas alguns não sabiam que podiam mudar.”
O propósito como nova prioridade, com consequências
De acordo com a pesquisa global da Deloitte (2024):
=> 86% dos profissionais da Geração Z consideram “ter um propósito” essencial para satisfação no trabalho.
=> 44% recusariam propostas de empresas que não se alinham com seus valores éticos.
Além disso, 70% priorizam organizações com posturas éticas fortes, segundo o Pew Research Center, mesmo que isso signifique ganhar menos – algo muito menos comum entre Millennials (58%) e Geração X (47%).
Esse novo olhar não é modismo. É mentalidade. Mas ele também traz efeitos colaterais:
- altas taxas de rotatividade,
- frustração com a realidade e
- busca por resultados imediatos.
Querem crescer. E rápido. Mas estão preparados para isso?
A ideia de “ser CEO em 1 ano” pode parecer caricata, mas está ligada a um dado real:
“70% da Gen Z espera ser promovida em até 18 meses”, segundo a RippleMatch (2024).
Essa pressa não vem de preguiça, é resultado de um mundo acelerado, de redes sociais, modelos de sucesso instantâneo e pouca tolerância ao processo.
Mas aqui entra um ponto essencial:
> Crescimento não é só questão de vontade. É questão de estratégia.
> E estratégia, muitas vezes, vem da escuta de quem já viveu o caminho.
Mentoria: o acelerador que falta
Enquanto muitos da Gen Z se sentem sobrecarregados (40% relatam estresse constante; 36% ligam isso ao trabalho, segundo a Deloitte), eles também enfrentam dificuldades reais como alta competitividade, dívidas estudantis e insegurança financeira.
A solução não está em desacelerar o sonho, mas em construir pontes que acelerem a conquista.
A mentoria é uma delas, porque:
– Acelera aprendizados que levariam anos sozinhos
– Pode evitar erros desnecessários
– Ensina o jogo antes de entrar no campo
Segundo a Harvard Business Review, profissionais mentorados têm “5 vezes mais chances de serem promovidos” do que os que caminham sozinhos.
Não existe só um caminho certo, mas pular etapas pode desacelerar
Trabalhar com propósito faz sentido.
Ganhar dinheiro é necessário.
Se divertir com o que faz é possível.
Buscar o “trabalho ideal” é legítimo.
Mas pular etapas e ignorar o aprendizado coletivo pode tornar o processo mais lento, mesmo quando a intenção é acelerar.
Não é sobre crítica. É sobre direção.
A Gen Z não precisa ser julgada. Precisa ser ouvida, orientada e desafiada com respeito.
E também precisa ouvir. Porque, sim, dá pra crescer rápido, mas não dá pra crescer bem ignorando quem já passou por ali.
Se você é da Geração Z e quer chegar longe, procure mentores.
Não é pra seguir um caminho engessado, mas pra montar sua própria trilha com mais clareza, menos tropeços e muito mais consistência.
Qual é sua meta de carreira? Já tem um mentor para te acompanhar?